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O Impacto da Extinção do PIS e COFINS na Reforma Tributária para Pequenas e Médias Empresas

A aprovação da Reforma Tributária pelo Congresso Nacional marca um momento histórico para o sistema tributário brasileiro.

Entre as principais mudanças, está a extinção de cinco tributos federais e estaduais, que serão substituídos por dois novos impostos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Dentre os tributos que serão extintos, destacam-se as contribuições sociais PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que desempenham um papel relevante na arrecadação federal e no custo das empresas, especialmente as pequenas e médias.

Este artigo tem como objetivo analisar os impactos da extinção do PIS e da COFINS, prevista para 2027, e os reflexos já a partir de 2026, quando serão implementadas alíquotas de teste do CBS/IBS, com valores compensáveis ao PIS e COFINS. Além disso, abordaremos os desafios e oportunidades que essa mudança trará para as pequenas e médias empresas (PMEs).

Contexto Atual do PIS e COFINS

O PIS e a COFINS são contribuições sociais que incidem sobre o faturamento das empresas e têm como objetivo financiar programas sociais e a seguridade social. Atualmente, essas contribuições são cumulativas para algumas empresas e não cumulativas para outras, dependendo do regime tributário adotado. Para as empresas optantes pelo Lucro Real, por exemplo, o PIS e a COFINS são não cumulativos, permitindo a dedução de créditos gerados na cadeia produtiva. Já para as empresas do Simples Nacional, essas contribuições estão embutidas no regime simplificado, o que facilita a gestão tributária, mas limita a possibilidade de créditos.

A complexidade do sistema atual, com múltiplas alíquotas e regras de apuração, gera custos administrativos significativos para as empresas, especialmente para as PMEs, que muitas vezes não possuem estrutura adequada para lidar com a burocracia tributária.

A Reforma Tributária e a Substituição do PIS e COFINS

A Reforma Tributária propõe a unificação de cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e COFINS) em dois novos impostos: o CBS (federal) e o IBS (estadual e municipal). A extinção do PIS e da COFINS está prevista para 2027, mas já em 2026 serão implementadas alíquotas de teste do CBS/IBS, que poderão ser utilizadas para compensação de débitos dessas contribuições.

Essa transição gradual visa garantir uma adaptação mais suave para as empresas, permitindo que se familiarizem com o novo sistema antes da extinção definitiva do PIS e COFINS. No entanto, mesmo com essa previsão, as PMEs precisarão se preparar para mudanças significativas em sua gestão tributária.

Impactos para as Pequenas e Médias Empresas
1. Redução da Complexidade Tributária

A extinção do PIS e COFINS e a criação do CBS/IBS prometem simplificar o sistema tributário, reduzindo a burocracia e os custos de conformidade. Para as PMEs, que muitas vezes enfrentam dificuldades para cumprir obrigações acessórias e entender as regras tributárias, essa simplificação pode representar um alívio significativo.

2. Mudanças na Cadeia de Créditos

Atualmente, as empresas do Lucro Real podem aproveitar créditos de PIS e COFINS sobre insumos adquiridos. Com a extinção dessas contribuições e a adoção do CBS/IBS, será necessário ajustar os processos de apuração de créditos. As PMEs precisarão revisar seus sistemas contábeis e fiscais para garantir que não percam benefícios fiscais durante a transição.

3. Impacto Financeiro

A criação do CBS/IBS pode alterar a carga tributária das empresas, dependendo do setor de atuação e da cadeia produtiva. Para algumas PMEs, a nova alíquota única pode representar uma redução de custos, enquanto para outras, pode significar um aumento. É essencial que as empresas realizem uma análise detalhada de como a reforma afetará sua competitividade e margens de lucro.

4. Adaptação à Nova Realidade

A transição para o novo sistema exigirá investimentos em tecnologia e capacitação. As PMEs precisarão atualizar seus softwares de gestão fiscal, treinar seus colaboradores e, em alguns casos, contratar consultorias especializadas para garantir a conformidade com as novas regras. Esse processo pode representar um custo adicional no curto prazo.

5. Competitividade e Neutralidade Tributária

Um dos objetivos da Reforma Tributária é promover a neutralidade tributária, eliminando distorções que prejudicam a competitividade das empresas. Para as PMEs, isso pode significar uma maior igualdade de condições em relação às grandes empresas, especialmente em setores onde a cumulatividade de tributos era um fator de desvantagem.

Desafios e Oportunidades

A extinção do PIS e COFINS e a adoção do CBS/IBS trazem tanto desafios quanto oportunidades para as PMEs. Por um lado, a simplificação do sistema tributário pode reduzir custos administrativos e facilitar o cumprimento das obrigações fiscais. Por outro, a transição exigirá planejamento e investimentos, especialmente nos primeiros anos de implementação.

As PMEs que se prepararem adequadamente para as mudanças poderão aproveitar as oportunidades geradas pela reforma, como a redução da burocracia e a possibilidade de maior competitividade no mercado. No entanto, aquelas que não se adaptarem a tempo podem enfrentar dificuldades, especialmente em relação à apuração de créditos e ao cumprimento das novas obrigações.

Conclusão

A Reforma Tributária representa um avanço importante para o sistema tributário brasileiro, com potencial para reduzir a complexidade e promover a neutralidade fiscal. A extinção do PIS e COFINS, em particular, trará impactos significativos para as PMEs, que precisarão se adaptar a um novo modelo de tributação.

Embora a transição possa gerar desafios no curto prazo, a simplificação do sistema e a redução da burocracia tendem a beneficiar as PMEs no longo prazo. Para aproveitar ao máximo as oportunidades geradas pela reforma, é fundamental que as empresas invistam em planejamento tributário, tecnologia e capacitação, garantindo que estejam preparadas para os novos tempos que se aproximam.

A Reforma Tributária é, sem dúvida, um passo importante para modernizar o sistema tributário brasileiro, mas seu sucesso dependerá da capacidade das empresas, especialmente as pequenas e médias, de se adaptarem às mudanças e aproveitarem as oportunidades que elas trazem.

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